Com gelo ou sem gelo? Depende. Noite, madrugada, silêncio, contradição, paradoxo, controvérsia, poesia, filosofia, sinta o clima, a vibe, o momento. Take your choice!

sábado, 30 de abril de 2016

Achando o amor no lixo

De vez em quando, os lixos deixados nos corações é o que tráz o melhor do amor. 

- Raphael Moura

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Como você se enxerga?

O modo como você se enxerga faz toda à diferença quando as pedras aparecem em seu caminho.

- Raphael Moura

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Marcas da vida

Ninguém escutou seus gritos de dor, ninguém ouviu as torturas, muito menos suas lamúrias 

Quando finalmente conseguiu fugir,  as cicatrizes marcavam à memória de uma mente perturbada que ainda podia ouvir as pauladas

Uma fotografia foi registrada, à manchete estava exposta e uma mãe desesperada orava clamando: para à FEBEM ele nunca mais volta

- Raphael Moura

Despedida

Ao olhar para o céu Ricardo observava as nuvens que entravam na frente da lua.

Naquele madrugada em particular Ricardo estava ansioso, impaciente, sua mente explodia de inquietação 

Naquele momento, aquele instante, Ricardo percebeu que todo momento é único e passageiro

Ricardo tinha acabado de sair do hospital. Sabia que só lhe restavam alguns minutos de vida e ali mesmo  no estacionamento do hospital caiu.

Seu coração quase parando junto às lágrimas de felicidade interior que invadiam seus pensamentos sussurravam: sua vida acaba aqui, mas valeu cada segundo.

- Raphael Moura

terça-feira, 26 de abril de 2016

segunda-feira, 25 de abril de 2016

The death

A morte é a única certeza que dá sentido a vida. Sem ela acordaríamos a deriva no mar de várias oportunidades desperdiçadas em função da não perspectiva. 

Não há nada mais perigoso e nada mais poderoso em um homem ou uma mulher que já sabem a importância da morte, pois de fato todos nós temos a certeza do que nos espera. 

O perigoso se mostra desastroso ao mundo e seres vivos em geral. O poderoso gera valores à cada dia nessa pequena passagem de vida, nos mostrando que o céu e o inferno dependem do ponto de vista. 

- Raphael Moura

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Casual

Bolhas de sabão sentem o prazer no ludibriar da ocasião que faz crescer o gozo da paixão 

Embaço é soprado no box do banheiro apertado, onde a posição mesmo quando não favorável, traz à tona os melhores suspiros de orgasmo

Terminado o ato se dão conta de que era só isso de fato, à ação impulsionada pelo desejo. Naquele momento já deitados na cama, cada um só quer ficar sozinho nesse voo de passageiros.

- Raphael Moura

terça-feira, 19 de abril de 2016

Adolf Hitler

A arte da persuasão é uma dádiva, dá o poder de liderar até nas questões mais óbvias de se enxergar. Alguns o chamam de monstro, mas esquecem dos outros monstros que o seguiram e se pudessem seguiriam até hoje. Olhos que provocam medo e uma autoconfiança sem nenhum traço de fragilidade. Poucos sabem que era depressivo, sem uma dose de sua droga não se levantaria da cama nem para um discurso de vitória. 

Sua tropa também era viciada, é nocivo ver o dano causado por tanta energia em uma guerra totalmente desnecessária. Odiado por muitos, mas uma coisa é fato: conhecimento, autoconfiança e à habilidade do comunicar, podem causar enormes estragos para à humanidade. Com toda certeza o homem ainda não se deu conta do quão poderoso é uma fechadura aberta em seu cérebro, quando sua mente é destrancada.

- Raphael Moura

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Parábola direta

O que esperar quando se está esperando? João se perguntava isso todos os dias ao acordar. Esperou por anos sem mover nem um mísero grão de areia.

Seus fortes batimentos cardíacos de animação com o sentimento ardente de chegada era ótimo, saltavam os olhos. Levantava da cama animado até de pijama. 

Após anos esperando, um dia como outro qualquer essa alegria envolvida foi desfeita e parecia não valer mais a pena, pois à ação é à arte dos que esperam com ganância.

- Raphael Moura

domingo, 17 de abril de 2016

Calmaria do sentir

À calmaria do mar ajuda à não penar o que faz pensar, assim como os barcos que são instrumentos dos pescadores, grandes desbravadores que voltam à navegar com o quebrar das pequenas ondas de maré baixa. 

Maceió nunca fez desfeita com Vanessa da Mata entrando em cena. Melodia, vento, harmonia, todo o conjunto de uma viagem musical, visual e neural no observar do caranguejo que sai de sua toca, entra no mar e nunca mais volta.

O momento ideal, fim de tarde, por do sol que se põe na lagoa Mundaú e daqui só é possível ver a sua cor laranja e brilhante que sai por trás das nuvens se recolhendo e trazendo a lua para deixar o observar de dia e noite mais significante nesse caminhar na areia sem fim.

- Raphael Moura

sábado, 16 de abril de 2016

O taxista

Sentado no conforto de seu carro e ambiente de trabalho ele já vivenciou e escutou de tudo. Pode-se dizer que os taxistas são psicólogos de todo pessoal alheio que em seu carro aproveitam o passeio. Briga de casal, paqueras, sexo, divórcios, nenhum assunto foge desse ramo de negócios. 

Ser taxista é mais que uma profissão, ser taxista é aprender, ver, interagir e as vezes ficar boquiaberto com o fato que de dentro do carro surgiu. Entre tantas histórias para contar, conclui-se que o interior de um táxi é um boteco de almas onde o taxista é o garçom, os passageiros são os clientes e os caminhos percorridos são as bebidas.

    - Raphael Moura

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Saudades do que ainda não vivi

É estranho pensar e se apagar nessa superfície rasa de ansiedade, medos e vontades onde várias cidades passam por meus pensamentos sem deixar nenhuma pela metade. 

Um café da manhã em Nova York, o salto de paraquedas na Argentina, o brunch em Manhattan que já sinto falta, mas no momento a beleza da Patagônia é o que me ressalta os olhos. 

O baile funk no Rio, Vila Mariana em São Paulo, onde a Belas Artes é companheira de bairro universitário, entre bares caros e os botecos de um bom trago. Na bolsa levo o passaport, experiências e histórias, à vista do Alasca é tipo DMT conectado em berço de memórias. 

À cada trago uma lembrança, à cada trago uma esperança, antes de chegar na bituca, as malas já vão estar embarcando para mais uma aventura, de Maceió para o mundo, Dublin é uma boa escolha, nunca me deixou confuso, vou por aí nessa jornada sem parada nem pódio de chegada.

- Raphael Moura

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Letra P

Peitos piram para parabenizar potes penduramos por passagens prematuras particularmente ponderadas. Perucas permanecem paralisadas por porcelanas purificadas, pois pinguins pequenos passam pelo paraíso Pacífico

Por pensar pacientemente, pessoas propõem parágrafos persuasivos para pressupor padrões primitivos perante pontiagudos promíscuos pressupondo paralizações possessivas.

Penso, propenso, pátios pintados pelo preto promovido para pregar palitos, picolés, precipício permitido pelo perjúrio processual, penitenciário, por prefeituras, parlamentares, pobre pessoal precisando piamente por paladar passional.

- Raphael Moura

sábado, 9 de abril de 2016

Larica existencial.

Certas pessoas são mais
acordadas a noite do que de dia.
Uma maldição bem gostosa de se ter.
Mas para poucos.

Alguns chamam de vagabundagem, um
viver destrambelhado, sobreviventes
de um possível desastre mental.

Insônia de um malandro. Ócio de uma
vida sem muito rumo. Perambulando pelas
esquinas, calçadas, viciado.

Mas as coisas não são bem assim.
O silêncio, a calmaria, a solitude.
Momentos para reflexão, criação, profundidade.
Descanso.

A luz é desnudante, superficial, rápida,
objetiva, a favor demais.

O dia nos faz ser o que nos tornamos.

A escuridão pode ser triste para
alguns, mas é enigmática.
Pode ser fácil para alguns, mas é profunda.
Pode ser negativa para alguns, mas é elegante.
Pode ser do contra, mas é forte o suficiente
para ser.

A noite nos faz ser o que somos.

Na verdade a única coisa ruim de ser
noturno, é a larica quase existencial, inerente,
que surge nas horas mais difíceis e inconvenientes!

Claro, única coisa ruim depois de ter que acordar.

~Mad~Kramer~
E.D.G.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Existem os dois lados

Na política muita falcatrua é feita, vista e assistida, mas sem os políticos, corruptos ou não, viveríamos em anarquia

Os casais só conhecem a própria dor. Talvez se cada um pudesse enxergar à alma do outro, machucariam menos e se perdoariam mais

Na família à cobrança é mais rígida, talvez por desde cedo sabermos que família é para sempre, somos tão duros com nossos parentes, afinal, eles não podem trocar de sangue

Metade da humanidade está cega. Se 100% equivale a população mundial, 50% estão vivendo na abundância, agradecendo pela vida que tem e trabalhando duro para construir seus sonhos 

Os outros 50% estão na miséria da falta de poder aquisitivo, falta de amor e deboísmo, pois usam todo o tempo de vida para reclamar, julgar, invejar e não acordar todos os dias afim de buscar suas metas

O medo e o dinheiro foram combinados em crenças limitantes desde que a inteligência se formou e pensou: se o medo é o cerne de todo mal, vamos usá-lo para gerar escravos que terão tanto medo ao ponto de acreditarem cegamente que o dinheiro é algo ruim, pois o subconsciente destes estará infectado pelas mentiras que vamos dizer desde que são bebês

A origem da vida e seus mistérios não tem fator X. Os sábios enxergam que cada ser humano é único e respeitar as crenças de cada um é a chave, os ignorantes por outro lado são a escória, à falta de empatia nunca fez tantos mortos em toda à história.

- Raphael Moura


quinta-feira, 7 de abril de 2016

O contraste dos Oprimidos

O contraste mais controverso dos oprimidos é a
opressão aos opostos.

Sejam o que quiserem, somos o que quisermos! Mas não sejam o que não queremos!
Cadê o "temos que lidar com as diferenças?"

O conflito é profundo, é de gerações, contudo,
nutrí-lo, não vai ajudar a resolver ou acabar.

Aceite-se como és. Aceite-os como são. O oposto
pode lidar com você, mesmo sendo diferente. Eu posso.

Você pode lidar comigo, com minha diferença?
Dizem que os opostos se atraem, não dúvido.

Infelizmente há sempre as desavenças antes do amor.
Não duvide.

O ponto de vista pode ser diferente, deve ser,
homogeneidade na sociedade seria um sonho louco
totalitário.

Seja o que quiser ser. Fique alegre com as
diferenças! Não faça caso. As mudanças acontecerão
naturalmente. O que é certo sempre se alinha.

Não se incomode com o que está fora do seu
controle.

Incomode-se com o que está sendo.

Evolua, transforme-se, melhore.

O que vale, é o que importa.

Falar é fácil, sabemos. Você falar também é.

Mad~Kramer.

Uma dualidade unilateral.

Uma dualidade unilateral.
Um erro universal.

O nosso país vive um dos momentos mais incongruentes, oligofrênicos e radicais para todos os meios, lados e alturas.

Alguns insistem em prestar atenção na ação e não na situação. No que parece ser e não no que é de fato.

Um dos maiores problemas da natureza do brasileiro é querer justificar um erro com outro erro. E um erro estará sempre errado mesmo que muitos estejam fazendo, ou que tenham feito. E persistir no erro, na corrupção, na esculhambação é tentar legitimá-los. O erro é universal e não deixará de ser por qualquer subterfúgio que tentem utilizar.

O conformismo também tem sido uma ferida aberta no espírito desse povo daqui. Se conformar com a pobreza, com a miséria, com os problemas, com a medriocridade, com o igual.

As pessoas não sabem de nada, não sabem que não sabem, não querem saber e tem raiva de quem sabe. Como viver sem a vontade se saber? De crescer? Melhorar?

As pessoas preferem aceitar e se conformar viver nessa dualidade política idiota que estamos presenciando, com indagações ridículas, que não justificam nada e que só contradizem ainda mais todo os seus discursos puramente ideológicos, sem preocupação ou noção da realidade ou persistem em ficar em cima do muro refletindo toda a sua ignorância e retórica nula de uma psicologia barata, juvenil e redundante, umas busca por justificativas enquadradas numa dualidade engessada, que na verdade é absolutamente unilateral.

Não existia oposição política no Brasil. Quiçá exista. O que passou a existir foi uma oposição civil e individual, que jamais poderá ser desqualificada pelos jargões e já conhecidas gírias do mainstream idiota brasileiro, pois este não é um movimento de dualidades, nem unilateral, nem ideológico. É de sobrevivência. Sobrevivência sim meu nobre amigo.

Esse movimento tão forte que vivemos hoje, contra tudo que se instalou e se aparelhou em todos os segmentos da sociedade não pode ser desqualificado por justificativas partidárias, é medíocre pensar assim.

Ahhh mas não há opções para se colocar no poder! Isso não é o que importa agora. Quem está no poder é quem precisa de atenção. O problema agora é um. Precisamos resolver este primeiro para termos fôlego e resolvermos os próximos. Mas obviamente não resolveremos os futuros se não resolvermos os do presente, estes sim, que tem um grande poder de influência no agora e no depois. Você vai deixar do jeito que está?

Esqueça essa dualidade política idiota da sua cabeça. Essa dualidade que você sempre ouviu falar é na verdade igual. Precisamos dar lugar a novas opções, sejam elas perfeitas ou não. Temos 8 + 14 anos da mesma coisa.

O erro é universal. As nossas vidas não.

~Mad~Kramer.
23/03-2016

O desabrochar da Rosa

A semente cai no solo com a esperança de brotar uma rosa

Rosa charmosa e vulnerável pela falta de delicadeza de uma sociedade assombrosa 

Nem o solo mais latente tem forças para manter a semente que por si só não acredita em si mesma

É por isso que os sonhos só viram realidade quando olhados, pensados, sentidos com clareza, certeza e avareza

Avareza que não vem do lado mesquinho, mas da fome insaciável de não viver ao lado dos espinhos

A rosa que enxerga além do que move-se a sua volta, pode até desabrochar lentamente, mas torna-se a mais linda do jardim.

- Raphael Moura

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Deitados na mesa de Ping Pong

No meio da noite a mensagem é enviada para um amigo que está sempre na mente mas sem conversas ensaiadas. Ao ir comprar o cigarro um sonho é revelado, quarto de apartamento e sexo são aclamados. 

Na medida em que subimos as escadas vários assuntos são falados, cogitados, lembrados e meditados em teorias que ao chegar à hora da morte a 
importância nem terá relevância, mas é aí que está à graça da boa 

aventurança de viver uma vida magnífica e cheia de desafios trazendo experiências e ensinamentos através de pessoas e momentos tão significativos que não poderiam ser repetidos, pois perderia todo o seu encanto. 


Nesse bloco de notas eu rimo, escrevo e até canto para os quatro cantos do mundo que a vida e todas as suas experiências extraordinárias não seria à mesma sem esses momentos que pegam à noite e sobem até à madrugada 

deixando a mente mais serena e um restinho de estrelas que adormecem no travesseiro através 
do sono que chega para renovar as energias, como o universo que faz à grama crescer sem nenhum esforço, apenas com o seu poder infinito.

- Raphael Moura

terça-feira, 5 de abril de 2016

Lembrando do ídolo que morreu

Kurt Cobain, 05 de abril de 1994, o suicídio no clube dos 27 se apresenta no ato

Mais pesado que o céu, um pouco  de sua vida em livro regado a granel

Loucura e doçura incomparável no grunge das musicas que são hinos na sua, na nossa e em futuras gerações de euforia pura

Nevermind, In Utero, um mergulho  na crazy de sua mente que explode à cada berro que se ascende no trago de seu cigarro.

Nirvana acabou na formação física da banda, mas por todo sempre suas musicas vão arrepiar até as mais belas plantas.

- Raphael Moura

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Um sorriso e um cigarro

 O azul dos olhos se mistura no fumaçar do cigarro que não aguenta nem mais um trago

Sorriso belo e bem bolado não se deixando abater pelo dia à dia que leva sem amparo

Moço vivido e bem vestido, vermelho e bordagens de roupas que já perderam à viagem, veste o senhor velho na idade mais que é pura mocidade. 

- Raphael Moura

Quando me divorciei do álcool


A oito meses me divorciei do álcool. Nossa relação durou nove anos de pura curtição. Nunca nos desentendemos, na verdade só aos 16 ele me derrubou, fora esta, foi só amor. 

Um dia como outro qualquer acordei e disse a ele um dos clássicos dos términos: O problema não é você, sou eu. 

Desde então o álcool me acompanha em bares, festas, entre amigos, família e talvez por todo lugar que eu hei de passar, mas cada um em seu lugar. 

- Raphael Moura

domingo, 3 de abril de 2016

Argentina Leopoldina

As vezes ciumenta, mas nada que à faça ser chata nessas horas mais densas em que o lado sensível se mostra envolvendo o doce ar na Vila da Penha onde à garota não é a mesma de Vinicius, muito menos de Ipanema. À pedra do arpoador é importante, dorme tipo caracol em dias de sol. 

Na noite é livraria, na madrugada poesia, se os mortos falassem Joy Division também citaria as vozes de uma transmission feito biblioteca argentina que faz teatro uma vez por semana, aprecia à chuva e o copo de leite está sempre presente ao acordar e ir dormir. É filósofa na profissão, sem chocolate não existiria dia bom. 

Portugal também é seu amor, como os livros abertos que foram lidos, porém nunca esquecidos, onde a poesia é livre, o riso frouxo e o mundo de fantasias de um bom pisciano é composto no consolado argentino onde foi posto. As vezes coloridas, outras preto e cinza, sorrisos de preferência sabe-se lá à essência. Cariocas nascem bambas, cariocas nascem craques, cariocas têm sotaque. 

Com essas palavras de Adriana Calcanhoto, termino o texto falando do broto revelado na foto e da cidade maravilhosa recheada de histórias e personalidades marcantes que enfeitam os relógios e calendários do Brasil.

- Raphael Moura

sábado, 2 de abril de 2016

Consciência de todo ser

Em uma tela com visor e chamada de espera, Christopher olhava imagens que o deixavam incomodado. Não importava o lugar onde estava ou o que estava fazendo, ele se deparava com alguma coisa que o fizesse se sentir frustrado. As vozes em sua mente nunca paravam. Principalmente quando estava envolvido em algum de seus comportamentos de auto sabotagem que sem perceber perdia à viagem, os dias e o tempo permaneciam iguais sem sinal algum de resultados diferentes que o faziam sair da frente e ir para trás. 

Em uma noite não muito longe de sua casa Christopher se deparou com um garoto sentado na calçada com papéis de embrulho. O garoto mexia os papéis que se misturavam entre mãos e dedos sem nenhuma vocação, habilidade e conhecimento, parecia mais uma brincadeira. Se não fosse a expressão calma no rosto do garoto talvez Christopher achasse que era mesmo a brincadeira e não pararia para falar com aquele garoto. 

Ao se aproximar, Christopher com o ar de superioridade de todo adulto ao abordar uma criança, falou: - ei garoto, vai virar profissional no embrulho? O garoto olhou Christopher nos olhos e seriamente  respondeu: - SIM. Não sei você, mas não saber como fazer e depender de alguém para fazer é tão frustrante quanto ver alguém fazendo e não conseguir fazer. O garoto deveria ter no máximo dez anos, então ao ouvir aquilo Christopher achou um pouco estranho e seguiu andando. 

Ao lembrar daquelas palavras que saíram de uma boca de pouca experiência de vida, falta de tamanho e atenção voltada à tarefa que estava sendo executada, Christopher nem fazia ideia de qual era, ele mais uma vez lembrou de suas frustrações, ações, execuções e tiros no pé que mereciam borrões. Mas desta vez começou a ligar tudo que tinha acontecido em sua vida até aquele momento que sempre fazia ele lembrar de suas responsabilidades mal executadas e o faziam manter sua autocrítica intacta todos os dias. 

E então finalmente entendeu que a consciência é mais que um estado de verdades lúcidas, ela também chega até nossas vidas de várias cores, formas, tamanhos e situações. Ela conversa com nossa mente e coração se passando por uma quantidade diária e absurda de resoluções, soluções e explicações em forma de desafios e contravenções. Christopher colocou a mão no bolso esquerdo de sua calça onde de costume guardava seu celular. 

Abriu o bloco de notas do aparelho para anotar o que tinha acabado de  descobrir, mas seus dedos não conseguiam digitar, não conseguia mover seus dedos. Começou a entrar em pânico sem entender o que estava acontecendo. No calor do desespero, abriu seus olhos e observou mais uma descoberta: à consciência também nos visita nos sonhos.

Raphael Moura

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Pintura íntima

Eu gosto dos traços, dos olhos escuros que deixa transparecer os sentidos doces e amargos. Cabelos ao vento com um loiro diferente envolvendo um sorriso confiante e ao mesmo tempo inocente nas covas simples, ossos saltitantes que não exibem magreza, apenas faz parte de todo o seu semblante no segurar da toalha agachada sem fazer pose, apenas olhares fixados na trama que se espalha na imensidão do mar que está atrás, mas mesmo desfocado consegue o seu lugar em meio à areia mostrando os seus detalhes tipo peneira de sereia na imensidão do azul do céu que acima também faz o seu papel, pois beleza em forma de fotografia inclui tudo, modelo, paisagem, expressão e até montagem da obra de arte que pode ser pintura dependendo dos olhares que se aproximam do estado mental não banal de um revival.

- Raphael Moura